domingo, 28 de março de 2010

Culpa Zero

Existe a Fome Zero, a Coca Zero e o Recruta Zero. Agora decidi que existirá a Culpa Zero. Vem comigo galera! Liberte-se da sensação de agonia que te invade o peito e enfia a cara num xis burguer estilo calota de opala sem medo de ser feliz. U-hu! O final de semana está terminando e a vida é muito curta para ficarmos nos culpando por tudo que acontece.“Bóra” se entupir de refrigerante, tomar aquela coca-cola gelada com vontade, que chega a dar uma coisa boa por dentro quando a gente engole. Sentir aquela "coisinha" que dá no nariz quando foi recém aberto e o gás faz coceguinhas, sabe?

Sábado a tarde você leva seu filho naquele aniversário de um aninho, com direito a comer cachorrinhos, docinhos, bolinhos e mais vários "inhos" maravilhosos que só esses eventos proporcionam. Então à noite você resolve sair para jantar naquela pizzaria magnífica que resolveu fazer rodízzio e você não pode perder por nada desse mundo.

No domingo toda família que se preze faz churrasco. Pelo menos toda família gaúcha que se preze. E então cumpadi, você olha sempre para alguém que está despejando óleo de soja num prato pra bater uma maionese daquelas cheínhas de colesterol, mas que por serem proibidas são simplesmente maravilhosas de comer. A quantidade de colesterol é diretamente proporcional ao sabor maravilhoso que ela possuir.

E se você é como eu, que nunca espera as coisas ficarem prontas e pega um pão que está de bobeira por ali e “táca-lhe” naquela maionese antes mesmo de ficar pronta, depois fica beliscando tudo que é coisa que enxerga pela frente e quando o churrasco fica pronto você não aguenta (sem trema) mais comer, aperta a minha mão que "tu é dos meu, cumpadi"!!!

E assim o domingo vai passando, aquele sorvetinho, aquela pipoquinha, sair para passear e encontrar sempre alguém vendendo churros ou algodão doce na tua cara e ter que ouvir:
- Mamanhêêêêê, eu queeeeeeeeeeero!!!!

E então você compra porque afinal é domingo e domingo é domingo e lá pelas tantas ele vê um picolé e grita:
- Mamanhêêêê, eu queeeeeeeeeeeeero!!!!

E então você compra porque afinal é domingo e domingo é domingo e você tava louca para comer o algodão doce dele mesmo, então tudo bem vai... Lá pelas tantas com a garganta grudando de tão doce e já comendo aquele algodão com cara de nojo e sentindo aquele treco grudar nos teus dentes, procura desesperadamente o quê? o quê? o quê? A sua amada, idolatrada, salve, salve cooooooooooca-cola...

E então quando você enxerga um barzinho com a marca dela na placa e sente uma espécie de dormência no cérebro e vai como se estivesse em câmera lenta até o bar e com um sorriso e ao mesmo tempo cara de desespero pede aquela coca gelada (até se tivesse quente desceria como uma luva) e sente a vida voltar ao seu corpo.

Ao terminar de tomar o refrigerante, sacode os cabelos e olha para o lado e vê seu filho parado com a boca toda suja de picolé olhando pra você sem entender nada. Tudo que ele quer no momento é desgrudar o dedo mingo do anelar que grudou com um pedaço do algodão doce que ficou por ali e acabou cristalizando com o tempo enquanto ele comia o picolé.

Segunda-feira a gente começa a resolver os estragos, ou não. Pode ser que alguém chegue pra você e venha com uma historinha de reeducação alimentar ou algo assim. Não, não é pra dar bom dia para o feijão e boa tarde para o arroz, mas sim eliminar de vez tudo aquilo que você pode comer só no final de semana. Quem disse? Eu estou dizendo oras. Pode comer tudinho. Afinal é você quem vai engordar, não eu.

Nada como um final de semana para a gente “chutar o balde” e atirar tudo pra cima depois de uma semana recheadinha de chateações do cotidiano. E digo isso terminando uma taça de sorvete com bastaaaaaaaante calda de chocolate por todos os lados. E um brinde a minha, a sua e a nossa barriga!