terça-feira, 23 de março de 2010

Máquina do Tempo


Se você tem um filhinho de cinco anos extremamente criativo e com muita energia para gastar e não sabe mais o que fazer com ele, sendo que ele já quase furou todos os dvds de tanto assistir sempre os mesmos, já se arrebentou todo andando de bicicleta, moto elétrica, espada, caiu com a cabeça na quina da gaveta e quase se suicidou, já desenhou em todos os papéis, até mesmo naquele documento importantíssimo que você esqueceu em cima da mesa, já carimbou, montou 567 vezes as mesmas coisas com o lego, fez o tubarão engolir 45676 carrinhos da hotwheels e já quebrou a sua casa inteira, inclusive aquela africana linda que você namorou durante meses na loja e um belo dia criou coragem e resolveu comprar e cada vez que passava na sala olhava para ela e suspirava, faça como eu, invente uma máquina do tempo viajator tabajara e deixe seu filhinho trancado no box brincando praticamente o dia in-tei-ri-nho.

Vá por mim! O máximo que pode acontecer é ele tomar algum shampoo por ali. Basta ter uma calculadora, fita crepe e uma balança. Ele entra no box, sobe na balança, aperta o código secreto para a ano que quer se tele-transportar na calculadora que está colada com fita crepe na parede, faz um barulho com a boca embaixo do chuveiro (desligado obviamente) desce da balança, abre o box, pega a espada e vai direto para a era dos dinossauros.

Pelo que percebi, se voarmos de carona nos pterodáctilos poderemos ir por cima da cabeça deles e com sorte encontraremos vários tricerátops que enfrentarão por terra o tão temido tiranossauro rex e assim poderemos voltar com vida para nossa máquina viajator tabajara à tempo de almoçarmos juntos em pleno ano de 2010. Não é incrível essa nova tecnologia?

Faça como eu, com nadinha de dinheiro você se diverte muito mais. Mas não esqueça, a calculadora tem que ser das grandes e de preferência daquelas bem bagaceiras que fazem barulhinho quando apertamos nos botões. Senão não vai ter a menor graça. Você encontra nos melhores camelôs do ramo.

Só lamento não ter me dado conta disso quando era criança. A máquina do tempo é muito mais legal que o elevador das minhas brincadeiras no box da minha mãe. Se bem que aquela encolhidinha que eu dava com os joelhos quando o elevador chegava no andar que eu queria era a melhor parte da brincadeira. Mas nada que eu não possa adaptar na máquina nova que dei ao meu filho. É tudo uma questão de criatividade. Falando nisso, tô louca para voltar para o box. Tchau galera!