quinta-feira, 20 de janeiro de 2011

Colonoscopia

Não é fácil. Mas também não é difícil. O fato é que depois dos trinta anos a preocupação com a saúde aumenta e o check-up anual vai mudando de nível. Como um jogo de vídeo game que a cada fase vai ficando mais difícil.

Quando temos histórico de câncer na família os cuidados devem ser redobrados. Mamografia, exames de sangue, citopatológico e até o cardiologista entram em ação. Trabalhando com prevenção fica mais fácil de tratar quando o diagnóstico apresentar um resultado negativo ou positivo dependendo do ângulo que se olha a questão.

Acontece que pela primeira vez resolvi enfrentar a tal da colonoscopia e aí queridos leitores, literalmente o buraco é mais embaixo. Não sei dizer o que é pior, o preparo do exame, ou o exame em si.

O tal do Dulcolax não é nada simpático, faz um estrago sem tamanho na barriga do indivíduo que sem poder contrariá-lo tem que engatar uma primeira nas pernas e se alinhar para o primeiro banheiro que enxergar pela frente, coisa muito horrível. Chega a dar um suador. Os pelinhos do braço levantam e ficamos parecendo um ouriço em situação de perigo. Sim, porque dentro desse remédio existe um gnomo que além de esmagar, enfia palitos na extensão do intestino. Tenho quase certeza disso.

Quando pensamos que tudo passou, após uma longa suspirada, percebemos que a barriga tem vida própria independente de qualquer coisa. A cólica é tão forte, que me pergunto se não seria melhor vomitar ao invés de... Bem, deixa pra lá. Ta, tudo bem, estou exagerando um pouquinho, mas é interessante dar um ar dramático ao texto.

Não é nada fácil. Que Deus proteja a todos quando chegar à hora de vocês realizarem esse exame. Espero que o anjo da guarda, juntamente com Nossa Senhora da Tripa Vazia ilumine vocês para que tenham uma boa hora.

Coisa braba mesmo é o tal do líquido que misturado com coca-cola funciona como um esterilizador que passa pelo intestino inteiro a milhão como se estivesse descendo um tobogã num parque aquático. Tem coisa pior que tomar líquidos sem ter vontade e ter que engolir um litro e meio desse negócio à goela abaixo? É... Pensando bem tem... Mas nessa semana isso foi o que de pior me aconteceu.

O exame em si causa mais medo antes de ser feito do que durante. Com anestesia a gente nem sente que está sendo estuprada até a parte debaixo do estômago. Quer dizer, sente, mas é suportável. Depois percebemos que vale a pena concluir que não há nada de errado por ali. Uma espécie de alívio. Alívio de verdade do tipo quando o aparelho sai do lugar que estava introduzido e saímos do consultório para nunca mais voltar.

Mas como tudo na vida tem um lado bom. Sexta-feira vou à praia praticamente sem barriga depois dos oito quilos que perdi com o pré-exame. Se não foi isso chegou bem perto. Coisa bem boa! Dá até pena de comer de novo e sujar um intestino tão limpinho e rosado como enxerguei no exame.

Uma coisa é certa. É melhor enfrentar nossos medos com prevenção do que sofrer ainda mais remediando depois. Com saúde não se brinca. Pelo menos é o que eu acho. Mas sabe como é, opinião é como bunda. Todo mundo tem uma. Dá quem quer.