quinta-feira, 25 de novembro de 2010

Violência contra a mulher

Hola Renata,tenho 31 anos, sou casada e casei por amor e realmente acredito em alma gêmea rsrs sempre que posso leio seu blog, adoro sua maneira de escrever, sempre falo de seu blog e ja indiquei a muitas amigas, moro na Espanha a 4 anos tenho um filho de 3 anos,te digo isso pq me encanta qdo vc fala de maternidade, gostaria q falasse mais sobre esse tema e também sobre a violência contra a mulher aproveitando que dia 25 de novembro é o dia internacional sobre esse tema ( deixo claro q ñ sofro nenhuma agressão ao contrário rsrs).
Obrigada e siga assim... parabéns por esse dom!
Dani


Prezada Dani,

Obrigada por tuas palavras carinhosas. Saiba que sou uma incentivadora de casamentos felizes. Também acredito no amor e acho que só por isso vale a pena manter um casamento. Quanto a acreditar em alma gêmea, acredito que o que importa é que nossa alma seja preenchida com amor para complementar a alma de outra pessoa, pois quem hoje é o que tu considera a tua outra metade, amanhã pode ser substituída por outra pessoa se a alma dela estiver em sintonia com a tua. Portanto, o que existe é o amor entre duas pessoas que estão na mesma sintonia. Isso cria uma barreira onde nada de ruim entra e ficamos com a sensação de que somente aquele casal pode existir no mundo. É maravilhoso quando isso acontece. Saber que se quer envelhecer ao lado de um grande amor. Saber que aquela pessoa vale à pena e que é com ela que se quer dividir boas décadas da tua vida. O amor não tem prazo de validade. Ele pode ser pra sempre, ele pode ser efêmero. Mas ele existe, isso é fato. A melhor parte é que ele é infinito ao mesmo tempo em que se renova.

Quanto a maternidade, me considero completa pelo fato de ser mãe. Como se isso me deixasse forte, me tornasse melhor, mais humana, mais compreensiva, mais tolerante com as pessoas que me cercam. Sinto que posso morrer deixando uma continuidade. Um pedaço de mim que se tornará muito do que eu sou e através dele serei eterna.

Quanto a violência contra a mulher, sou uma defensora ferrenha das mulheres e sempre que posso escrevo para todas elas independente da idade, insisto para que sejam independentes acima de qualquer coisa. Que jamais dependam de seus maridos e que se casem considerando como base o amor, desde que sejam livres financeiramente.

Infelizmente, muitos homens por sustentarem suas esposas, acreditam que são proprietários delas. Mesmo sabendo que o trabalho da dona de casa é infinitamente mais desgastante que o trabalho fora de casa. As mulheres assumem diversos papéis para fazer um casamento funcionar, onde os filhos são bem cuidados e os maridos podem assumir com mais liberdade seu trabalho porque podem contar com o apoio das esposas para cuidarem desses filhos, enfim... A mulher só é valorizada quando é independente. Quando precisa do marido para qualquer situação que envolva dinheiro, faz com que esse marido tenha uma sensação de poder sobre ela e com certeza isso facilita muito uma situação de violência doméstica.

A partir do momento que a mulher é independente, ela se fortalece perante o marido e isso impõe respeito dentro de casa. Faz o marido perceber que eles estão juntos por que se amam, e que se uma das partes não contribuir para a felicidade do casal, esse casamento pode acabar e ele vai ficar sem a mulher que casou.

O posicionamento da mulher em relação ao marido é fundamental num caso de violência doméstica. Hoje em dia não há mais espaço para aceitar calada um marido violento dentro de casa. Existe delegacia da mulher, existe lei Maria da Penha que protege as mulheres de maridos agressivos que se chegarem num raio de 50 metros poderão ser presos, existe denúncia anônima, existe meios de se proteger de monstros que se acham no direito de bater numa mulher só porque um dia teve uma relação com ela.
Cabe a nós mulheres não permitirmos sob nenhuma hipótese que qualquer pessoa agrida fisicamente nosso corpo, por mais que se goste dela. Antes de gostar dos outros, temos que gostar de nós mesmas e só seremos respeitadas quando nos fizermos respeitar. Seja com atitudes, seja com a ajuda de outras pessoas. O que não se pode admitir é ficar calada por medo de denunciar quem não merece um pingo de consideração.
Vejo meninas adolescentes sonhando com um casamento antes mesmo de sonharem com um diploma. Vejo o desejo da maternidade aflorando, querendo viver a vida de um novo ser, antes mesmo de viverem suas próprias vidas, estudando, tendo uma profissão, adquirindo coisas através de si mesma. Talvez pela falta de noção do que a espera lá na frente, talvez pela falta de informação. Mas se de alguma forma, minha escrita ajudar uma só mulher a mudar o rumo da sua vida de maneira positiva, já terá valido a pena ter feito esse blog.

Obrigada por escrever e continue se escondendo aqui comigo.