Não julgar e analisar uma
situação pode parecer fácil, mas a partir do momento que observamos nossas
atitudes percebemos que é extremamente difícil. Abro meu facebook
e dou de cara com algo que provoca uma risada sarcástica com pensamentos
irônicos. Tudo muito carregado de crítica. Paro e penso: Tá mas, a pessoa está
feliz, quer dizer ao mundo o quanto ama José Inácio e portanto altas
declarações de amor e derramamento de mel por cima de nossas telas deveriam ser
aceitas. Mesmo que isso esteja se repetindo pela quinta vez esse ano com
parceiros diferentes. Mas o que eu tenho com isso? A vida é da criatura e ela,
e só ela é que sabe aonde seu sapato aperta. Só ela sabe o que causa borboletas
no estômago. Se está pela quinta vez numa nova tentativa, deveria ser admirada
por ter a coragem de buscar a sua felicidade e não se contentar com migalhas
como muitos fazem por aí. Ó... Outro julgamento.
Movimento a timeline e me deparo com
outra cena tosca. Mas peraí... Tosca porque? Porque simplesmente dentro de uma
opinião baseada nas minhas crenças achei tosca, quando na verdade a tosca sou
eu por estar achando algo muito bacana tosco. Onde está escrito que eu tenho
razão? Minha opinião pode oscilar conforme meu humor. Dependendo do ponto de
vista a cena tosca nada mais é que uma brincadeira de alguém que estava
extremamente feliz e queria demonstrar isso num determinado momento. Qual o problema?
O problema sou eu que não estou na mesma “vibe” e fico achando tudo tosco
dependendo do dia. Apenas isso. Se fosse alguém que eu conhecesse a fundo e
soubesse os motivos de sua alegria, participaria dessa "tosquice" toda e acharia
tudo muito engraçado também. Nossas percepções que determinam nossos próprios julgamentos.
Enquanto inevitavelmente analiso isso
ou aquilo da vida dos outros, deixo de analisar o que realmente deve ter
importância pra mim, ou seja, a minha própria vida. A começar por corrigir esse
terrível defeito de ficar observando o que não me pertence. Erro aliás que
todos nós cometemos. É difícil resistir. Quando menos percebemos já julgamos e
condenamos uma determinada criatura, mesmo que em pensamento, por algum motivo
qualquer. Enquanto for em pensamento, sem que saia pela boca, acredito que
estaremos perdoados. Ou não. De qualquer forma fica a sugestão de promovermos
exercícios diários. Cuidar de nosso próprio rabo e rezar para que os demais
macaquinhos cuidem dos seus por aí.