quinta-feira, 29 de abril de 2010

“Sempre é preciso saber quando uma etapa chega ao final. Se insistirmos em permanecer nela mais do que o tempo necessário, perdemos a alegria e o sentido das outras etapas que precisamos viver. Encerrando ciclos, fechando portas, terminando capítulos. Não importa o nome que damos, o que importa é deixar no passado os momentos que já se acabaram. As coisas passam, e o melhor que fazemos é deixar que elas possam ir embora. Deixar ir embora. Soltar. Desprender-se. Antes de começar um capítulo novo, é preciso terminar o antigo: diga a si mesmo que o que passou, jamais voltará. Lembre-se de que houve uma época em que podia viver sem aquilo - nada é insubstituível, um hábito não é uma necessidade. Encerrando ciclos. Não por causa do orgulho, por incapacidade, ou por soberba, mas porque simplesmente aquilo já não se encaixa mais na sua vida. Feche a porta, mude o disco, limpe a casa, sacuda a poeira... É olhar pra trás e dizer... Valeu a Pena!”
"Se é pra viver, vamos viver direito. Com conteúdo. Troque o verbo, mude a frase, inverta a culpa. O sujeito da oração é você. A história é sua, mãos a obra! Melhore aquele capítulo, jogue fora o que não cabe mais, embole a tristeza , o medo, aceite seus erros, reescreva-se. Republique-se. Reinvente-se. E transforme-se na melhor edição feita de você.."


"Não me dêem fórmulas certas, porque eu não espero acertar sempre. Não me mostrem o que esperam de mim, porque vou seguir minhas vontades... Não me façam ser quem não sou, não me convidem a ser igual, porque sinceramente, sou diferente! Não sei amar pela metade... Não sei viver de mentira... Não sei voar de pés no chão... Sou sempre eu mesma, e não serei a mesma sempre”...
"Tristeza me desculpe, saudade me perdoe, mas a minha ansiedade não resiste a beleza da vida, e eu quero amar, quero sair, quero viajar, não suporto a angústia e para mim, a solidão tem cheiro de naftalina. Não adianta, eu e a tristeza não combinamos, ela prefere o isolamento, eu adoro os amigos, ela quer o choro, eu prefiro rir, rio até de mim, em tudo ela vê tragédia, eu, oportunidades, ela quer a prisão, e eu a liberdade, ela ouve músicas que trazem lembranças, eu canto a esperança..."

quarta-feira, 28 de abril de 2010

Traumas de Infância


Adoro monologar. Falo sozinha até hoje. Tudo por causa dos meus amigos imaginários que brincavam comigo na infância. Eu sabia que o roupeiro era o roupeiro, mas fazia de conta que tinha alguém ali batendo papo comigo. Para quem olhava de longe ficava esquisito. Praticamente um caso de psiquiatria. Entrava no Box do banheiro e fechava a porta. O mais legal era encolher um pouco as pernas porque o elevador havia chegado ao seu destino. Lá estava eu com uma boneca embaixo do braço falando sem parar.

A diferença de idade de minha irmã mais velha é de 5 anos. Isso é tempo pra burro quando a irmã menor decide que quer participar do mundo da maior. Então lá estava eu com minhas bonecas, falando sozinha sem parar e chega minha irmã estranhamente simpática querendo que eu fosse a filha dela numa brincadeira com as amigas. Eu tinha que obedecer à risca tudo que ela mandava, fazendo coisas que nem minha mãe seria capaz de fazer. Buscar coisas no mercadinho da esquina, lavar coisas para ela, arrumar toda a bagunça do quarto.

Um belo dia estávamos tomando banho juntas na banheira. Engraçado, parecia tão grande! Era o nosso navio, o que é mais estranho ainda, pois se tiver água dentro do navio afunda, não? Mas enfim... lá estávamos nós, era divertido. Minha irmã enfim minha amiga brincando de aventuras marítimas sem brigar comigo. Foi então que ela me fez a proposta de ver quanto tempo eu aguentava embaixo d´água. Nem tive tempo de recusar, pois imediatamente ela executou o que havia proposto, e eu juro que pensei que naquele dia iria ver Jesus. Ju-ro! Ela segurava a minha cabeça com força e eu tentava me livrar daquela pressão me debatendo com as mãos e os pés... E ela lá, achando o máximo eu conseguir sobreviver todo aquele tempo.

Sobrevivi. Não sei como, mas estou aqui hoje para contar essa história. E como se não bastasse a tentativa de homicídio dentro da minha própria casa, a minha irmã assassina, graças à Deus incompetente, resolveu, também num banho desses, me ajudar na tarefa de tirar a mancha de um remédio que eu estava tomando e que deixava minha língua rosa. Mandou que eu esfregasse bem o sabonete na língua com bastante força, e eu, boca aberta, literalmente, fiz o que ela mandou. Lembro bem da minha expressão naquele dia, com a língua toda pra fora paralisada dizendo com dificuldade: Tá ardendo, Beta!

Uma irmã mais velha pode ser muito mais perigoso do que se imagina, então chega um momento que “pamonhisse” tem limite e a gente acaba aprendendo a se defender. Como eu tinha um pequeno probleminha nos vasos nasais, qualquer coisinha ocasionava uma hemorragia nasal. Foi então que tive a brilhante idéia de vingança quando Roberta me deu um tapão no nariz e a bendita hemorragia começou, bem na hora que minha mãe estava chegando do trabalho. Fui para o banheiro, tranquei a porta e estimulava o sangramento. Quanto mais sangue saía, mais eu esfregava pelo rosto todo enquanto Roberta desesperada batia na porta e gritava:
- Abre maninha! A mãe já tá chegando!
E eu? Não abri. Só para a minha mamãezinha depois. Uórrarrarrarrarrarra.

É... meu anjo da guarda é o cara!


P.S.: Observe a foto. O que é aquilo lá atrás? Bonecas ou brinquedo assassino?

terça-feira, 27 de abril de 2010

DEPILAÇÃO: A culpa é toda dos macacos

Na teoria da evolução, Darwin disse que o homem e o macaco possuem um ancestral comum. Há muitos anos atrás, este animal (que era uma espécie intermediária) por pressões do meio e isolamento geográfico seguiu duas linhas evolutivas diferentes: Uma veio dar origem a espécie humana e a outra deu origem aos macacos.

O problema é que nossos ancestrais nos deixaram de herança os pêlos. E esses pêlos, que não servem para nada, devem ser retirados periodicamente para que fiquemos com um aspecto limpo.

Os homens não precisam necessariamente passar por essa tortura. Mas a grande maioria enfrenta problemas com os pêlos da face. Com barba ou sem barba? Tem uns que odeiam barba, mas odeiam também fazê-la. E aí complica. Lá ficam eles com cara de "desempregado deprimido" com a barba por fazer.

E as mulheres? Que enfrentam numa só sessão de depilação, buço, axilas, tanga e pernas? É pra matar! A gente lá decidida a acabar com aqueles malditos pelinhos horrorosos e xxxxxxxxxxxiiiiiiillllliiiiiiiii (faz de conta que é o barulhinho da cera arrancando tudo) e você perde o buço. Dá vontade de mandar a depiladora pra P.Q.P..

Então você tira a blusa e entrega sua axila pra ela passar a cera e você lá, conversando numa boa quando de repente xxxxxxxxiiiiiiillllliiiii, lá se foram os pelinhos da axila. Nessa hora você pensa em desistir e dizer:- vou lançar uma nova moda: Sovaco com pelinho, outro sem. Resolvendo agüentar, respira fundo e entrega com dó o outro sovaquinho. xxxxxxxxxxxiiiiiiillllliiiiiiiii e xxxxxxxxxxxiiiiiiillllliiiiiiiii e termina a tortura. Ainda bem que fica quase nada com o passar do tempo quando se utiliza cera com frequência.

Mas o pior está por vir. A tanga. É indescritível a dor, mas vou tentar descrevê-la. Você abre as pernas e a vivente passa a cera quente na área a ser "desmatada". É ali, naquele momento que se pensa em dizer: ok, ok, ok, eu desisti e vou pra casa tirar tudo isso com água quente. Tudo de bom pra senhora e até nunca mais!

Não adianta! A vaidade fala mais alto e você lembra que seu amor vai olhar para o Parque de Diversões e não vai saber onde fica o acesso para chegar "aos brinquedos". Então, lá vamos nós. Damos a ordem: taca-lhe ficha! e xxxxxxxxxxxiiiiiiillllliiiiiiiii ,você começa a suar, mas vê que dá para sobreviver. xxxxxxxxxxxiiiiiiillllliiiiiiiii vem o pensamento: vai pra P.Q.P. depiladora fiadap... xxxxxxxxxxxiiiiiiillllliiiiiiiii vou morrer, xxxxxxxxxxxiiiiiiillllliiiiiiiii porque homem não precisa passar por isso? xxxxxxxxxxxiiiiiiillllliiiiiiiii aí também não!!! peraí, xxxxxxxxxxxiiiiiiillllliiiiiiiii você já tá exagerando xxxxxxxxiiiiiiillllliiiiiiiii aaaaaaaaaaaaaiiiiiiiiiiiiiii pôrr...!!!!!

E então você dá uma olhadinha para ver se enfim terminou a tortura e constata que ficou um amor. Ai que bom! Terminou! Da próxima vez vou tentar fazer um coraçãozinho nos pêlos pubianos... Tchauzinho! Até a próxima!

Você vai embora aliviada e feliz, sentindo-se limpinha e pronta para mostrar que o Parque de Diversões passou por manutenções e está lindinho para ser visitado. Então você finge que não lembra que dali 15 dias tudo vai se repetir e assim será para o resto da vida. Ou pelo menos enquanto o Parque estiver funcionando.

Cadê o macaco que começou tudo isso que eu vou terminar de matar ele!

segunda-feira, 26 de abril de 2010

APEGO


Segunda-feira, primeiro dia de trabalho pós-licença maternidade. A criança não está nem aí contigo. Ta lá tranquila dormindo no bercinho e você? Você vai até a porta e volta com 456 recomendações para a babá. Então pega a chave do carro e vai até a porta e quando chega ao tapete de entrada volta para colocar a mão na frente do nariz da criança para ver se ela está respirando. Com dó se afasta devagar sentindo que não vai conseguir sair dali nunca mais. Mas em algum momento você sabe que está atrasadíssima e que precisa do emprego para sustentar aquele bebezinho que ali está e então finalmente você se enche de coragem e sai.

Você sai. Mas seu coração e sua cabeça ficam. E quando eu falo ficam, é porque ficam mesmo. De maneira que você está recebendo cumprimentos dos colegas por tanto tempo sem ver a tua cara e você não está nem aí com nenhum deles, quer mais é voltar para casa de uma vez.

No meio de uma reunião cujo assunto é importantíssimo, você se pega pensando na carinha do seu filho naquela hora que você estava amamentando e ele segurou seu seio com a minúscula mãozinha e você chorou de emoção. A reunião? Que reunião? Do que eles estão falando mesmo? Precisa sair dali discretamente e ligar para casa para ver se está tudo bem.

Então você está arrumando sua pasta para sair correndo dali logo e alguém chega dizendo que prepararam uma recepção para comemorar a sua volta. Você não é uma troglodita insensível que vai sair numa hora dessas não é mesmo? Você fica mais um pouco então e mesmo com a cabeça em casa você tenta se divertir com os amigos. O seu celular toca e o seu coração dispara. Será que é de casa? Meu Deus! Aconteceu alguma coisa!

- Alô! (a essa altura o coração já está batendo na boca)
- Dona Joana é a Creusa!

A Creusa está calmíssima ao telefone falando praticamente em câmera lenta ao contrário de Dona Joana.

- Eu sei Creusa, vai diz logo de uma vez, aconteceu alguma coisa, fala logo!
- Eu queria pedir para a senhora na hora que a senhora vier daí pra comprar uma pomada para assaduras.
- Meu Deus, ele está muito assado? Ta vermelhinho? Ele está chorando Creusa, o que está acontecendo?
- Nada não, ele está bem, mas a pomada está querendo terminar.
- Mas Creusa ele está chorando, eu estou ouvindo daqui (nisso você já está abrindo a porta do carro e saiu sem se despedir de ninguém)
- Não se preocupe Dona Joana, é normal esses chorinhos de vez em quando, é que eu deixei ele de bruços um pouquinho para fortalecer o pescocinho e ele está fazendo charminho comigo
- Como assim de bruços? Eu deixo ele dez segundos de bruços e viro o bichinho porque ele não gosta. Creusa, pegue essa criança imediatamente no colo! Agora ou você está demitida!
- Dona Joana se acalme! Ele até já parou de chorar, está no meu colo. Está tudo bem.
- Creusa eu preciso desligar, mas estou indo pra casa, chego em poucos minutos, pare de virar meu filho de bruços, pelo menos longe de mim (e desliga o telefone).

Você fica mais tranqüila porque no fundo sabe que não precisava tanto escândalo por causa disso, mas finge que é apenas uma mãe zelosa no primeiro dia pós – licença maternidade.

Então o trânsito está uma droga e resolve não colaborar com sua vontade de chegar em casa. Além disso você se dá conta que foi uma grossa com a Creusa e que abandonou seus colegas na festa que eles prepararam para você. Pega o celular para ligar de volta para o trabalho para inventar uma desculpa esfarrapada e a bateria termina.

Relaxe! Isso está só começando e com o tempo você não precisa ficar tensa com a distância dos seus filhos. Tem momentos que você adora que os padrinhos passem o dia inteirinho com eles enquanto você vai ao shopping e esquece que tem filhos. O apego nunca terminará, ele só vai ter momentos diferentes. Afinal, o apego é tanto que nunca mais você consegue ir ao banheiro sozinha. Só se estiver no trabalho. Ou viajando sem eles.

De uma coisa eu tenho certeza, é o apego mais maravilhoso que alguma pessoa pode ter na vida.

sexta-feira, 23 de abril de 2010

Ser mãe de menino

Venho de uma família de mulheres. O único homem da casa era meu pai. Consequentemente meu universo sempre foi de bonecas, calcinhas, um mundo cor-de-rosa. Na medida em que o tempo foi passando, o assunto foi mudando para cabeleireiro, cor das unhas, maquiagem. Uma veadice total. Aliás, minha mãe sempre diz que se eu fosse homem, seria um perfeito “veado”. Nossos assuntos giravam em torno de tons de cabelo, brincos e bolsas. No estojo, lápis e canetas tinham cores “femininas”.

Então um dia fiquei grávida. Imaginava as “quinquilharias” que iria colocar na minha “guriazinha” que estava do tamanho de um grão de arroz. Quando estava com 3 meses de gestação, meu grão de arroz já tinha jeito de gente e resolveu abrir as pernas e mostrar um “pintinho”.

Levei um choque. Um menino? Como a gente cria menino? Eu não sei fazer isso, e agora? Meu menininho nasceu com o nome de Guilherme, que significa protetor. Indica um homem que se orgulha da sua força (física, mental ou moral) e se vale dela para auxiliar a pessoas de quem gosta. Queria que meu filho tivesse um nome forte, que quando pronunciado significasse algo de bom.

Ele cresceu mais um pouquinho e hoje meu mundo transformou-se em Ben 10, Power Rangers, Bob Esponja, Super Homem, Batman, Homem Aranha e muitos carrinhos espalhados pela casa, que aliás, tem que ser da "Hotwheels", senão “queba” ou “estaga”. Era o que ele dizia quando tinha três anos de idade e já me dava altas dicas de controle de qualidade.

De vez em quando passa aquela miniatura de ser humano pela sala, de macacão e com um boné virado para trás, segurando o cachorro pela traseira e o coitado de cabeça para baixo tentando espernear.

Chuta tudo que é redondo. Inclusive bolas da árvore de natal e as bolinhas de vime que eu “tinha” em cima da mesa da sala. Lembro quando ele me disse:
- Mamãe, já sou um homem “gande", quero fazer xixi de pé, “igal” meu pai.

Hoje tenho aulas sobre pterodáctilos e tiranossauros como nenhum professor jamais me ensinou. Percebi que tudo passa muito rápido. Meu gurizinho vai estar me pedindo a chave do carro daqui uns dias e eu ainda vou estar aprendendo a entender o universo masculino. O Guilherme é, na minha vida, aquele alerta para que eu olhe algumas coisas através dos olhinhos dele... E tudo muda realmente de valor. É incrível!



E eu lá... Do outro lado da gangorra agradecendo à Deus por me proporcionar um momento tão simples e tão mágico como esse. Meu filho. Um pedacinho meu me olhando lá do alto. Para onde eu olhava quando pedia um Guilherme para as estrelas...

quinta-feira, 22 de abril de 2010

Nunca sei o que dar de presente

Não sei você, mas eu nunca sei o que dar de presente para as pessoas. Sempre fico imaginando que se eu fosse ela gostaria do presente, mas no fim, mudo o foco porque ela é outra pessoa e logicamente deverá gostar de outra coisa. Aí está o meu erro.

É muito bom dar um presente que fique muito claro no rosto do presenteado que ele gostou. Mas acho que no meu caso acontece o contrário, a pessoa abre e faz uma cara de “o que é que eu digo agora?” depois de abrir o pacote.

Já estou achando interessante aquele cheque-presente que a pessoa vai e escolhe o que quer, mas pensando bem é um transtorno “forçar” a criatura a ir na loja que “eu quero” ao invés de ficar em casa apenas recebendo o presente.

Certa vez dei um conjunto de churrasco para o meu pai e um belo dia tinha um aniversário de um amigo para ir num domingo e não havia nem uma loja aberta para que eu comprasse o presente (detalhe: eu sou daquelas pessoas que deixam de ir nos aniversários se não levar um presente!). Foi então que meu pai salvou a minha vida. Foi lá na garagem e trouxe um conjunto de churrasco dizendo:

- Dá “isso” aqui para o teu amigo. Eu ganhei uma vez mas nunca usei porque é muito comprido. Ta até lacrado na caixa. É ruim de usar. Até pensei em cortar os cabos para tentar usar “isso”. Fiquei olhando com cara de “não acredito”. (Puxa pai! Eu que te dei “isso”. E custou caro, pô!).

Como se não bastasse minha mãe completa com a seguinte frase:

- Isso é típico dos presentes da Renata, e largou uma gargalhada comprida como o cabo do conjunto de churrasco.

Fiquei pensando, como assim típico dos presentes da Renata? Então lembrei que depois de um aniversário da minha irmã que comprei um vidro com pimenta e não sei mais o quê dentro, a minha mãe nunca mais parou de debochar da minha cara. E eu achei tão bonito o tal pote para colocar na cozinha...

Pior foi o conjunto de fondue que dei para um casal de amigos e depois fiquei sabendo que eles ganharam “só” 12 conjuntos daqueles.

Agora estou atenta. Quando alguém diz que gosta muito de alguma coisa eu anoto na agenda no dia do aniversário do vivente. Se a pessoa está de casa nova eu me anteno de comprar algo legal para a casa. Se colocou silicone nos seios, já presenteio com um lindo sutiã.

O orkut tem me ajudado muito. Sério. As comunidades dos aniversariantes dizem muito da personalidade deles. Foi ali que descobri que Ferrero Rocher é tudo de bom na vida de uma amiga minha e ela amou quando dei a caixinha dos bombonzinhos favoritos.

Preciso limpar a imagem de “entregadora de presente de grego” que eu tenho. É uma questão de honra pra mim.

Pelo menos eu nunca dei dois cinzeiros dizendo EU E VOCÊ, nem duas araras de gesso ridículas para colocar na parede. Se eu ganhasse isso iria procurar a câmera escondida do Faustão, dar uma sonora gargalhada e pensar: ele tá me sacaneando, que bonitinho.

Por dentro eu sou assim.

segunda-feira, 19 de abril de 2010

Pára-raio de malucos

Ao inventar o pára-raio, em 1753, Benjamin Franklin julgava-o capaz de descarregar nuvens de tempestade e proteger edifícios. Sabe-se hoje que essa invenção apenas intercepta os raios terrestres e dissipa sua corrente na terra. No meu caso, eu sou o pára-raio, só que de gente “sem noção” que sempre insiste em atravessar o meu caminho.

Gente doida, mentecaptos, idiotas, maníacos, gente extravagante, alienada, ignorantes completos que pensam que são os donos da verdade, e pior que não sabem nada e acham que sabem tudo. O que mais acontece é deparar-me com esse tipo de pessoa.

Tem os loucos queridos e engraçados, como um jardineiro que tinha num lugar que eu trabalhava que sentava em frente a minha mesa para me contar os “causos”. Num desses “causos” ele me disse que estava só esperando o “Benedito” do Juiz para resolver com quem as crianças iriam ficar. Ele piscava sem parar e mexia os dedos como se estivesse digitando em um teclado invisível e flutuante.

No sítio que meu pai tinha, havia um homem chamado Delfino, mas ele queria que o chamassem de Rubi, ué! A gente chegava com malas e mantimentos e no descarregar de tudo o Rubi ficava só encostado no carro prevenindo-nos que não chegássemos perto do açude porque ele tinha acabado de ver uma cobra cascuda com uma barba enoooorme se escondendo atrás da árvore. Jesus! Tinha medo até de pescar por causa da tal cobra. E se os peixes fossem voadores e vampiros? Caraca! Meu pai fez bem em vender o sítio!

Acho que o mais engraçado era uma guria que conheci quando estudava na Unisinos, até que bem legal, que cantava em voz alta no silêncio da Van da faculdade de olhos fechados, sem se preocupar se alguém estava cansado e queria dormir. É... A maconha era da boa pelo visto!

Tem os loucos de sem-vergonha, pessoas aproveitadoras, desonestas, de mau caráter, que não constroem nada para uma vida melhor e sim gostam de se aproveitar dos outros, como um pedreiro que deixei na minha casa nas minhas férias para concluir a obra do meu banheiro e ele aproveitou muito bem os 15 dias para não colocar nem um azulejo se quer, porque estava muito ocupado aproveitando a minha churrasqueira, o meu DVD e o meu chuveiro... porque pra isso ele teve tempo.

Tem os loucos perigosos como a empregada que mexia nas minhas coisas e se achava tão irresistível que comentou com outra empregada que um dia iria casar com meu marido e assumir a minha casa e o meu filho. A criatura não tinha nem dentes, falava os “poblema” e as “telha” de aranha e queria tomar o meu lugar pô!

Tive uma experiência nada agradável com um senhor de setenta e poucos anos, totalmente desdentado e muito fedorento, que se apaixonou por mim e tinha esperanças que um dia eu tivesse alguma coisa com ele. Me entregava flores e balas de erva-doce e ficava conversando sem parar tentando me fazer ciúmes com suas histórias. No início achei engraçado. Depois começou a ficar chato. Com o passar do tempo ficou insuportável, pois em todos os lugares que eu costumava ir, lá estava a criatura que surgia como um gnomo do nada.

Tem os que se fazem de loucos, tipo uma amiga que acha que eu tenho que resolver toda a vida dela e que a culpa por ela não alcançar alguns objetivos de vida é minha.
- Pô Renata! Tu nem pra ir lá ver isso pra mim! Por tua causa eu perdi o dia da inscrição!
E eu lá...Cuidando da minha vida sem nem sequer saber que tinha inscrição de alguma coisa.

Como é errando que se aprende, acredito que estou aprendendo a conhecer melhor cada ser humano que me rodeia. Chego a conclusão que existem pessoas que são pára-raio de malucos. Eu sou uma delas. Inclusive de mim mesma, pois vamos combinar que pra certa eu não sirvo.

sexta-feira, 16 de abril de 2010

Aborrecência

Lembro bem da minha adolescência. Até porque nem faz tanto tempo assim. Se não lembrasse era uma retardada. Mas o que realmente quero dizer, é que lembro das dúvidas e incertezas que conviviam comigo diariamente, além do ódio mortal pelo meu nariz.

Tinha uma relação de amor e ódio com o espelho. Não conseguia viver sem ele, mas odiava o reflexo que ele me devolvia.Teve uma época que o que cresceu primeiro foi o maldito nariz e só depois o resto do corpo. Meus dentes também não eram dos mais bonitos.

Foi uma metamorfose difícil. Queria saber como fazia para usar tampax. Achava que aquele negócio poderia se perder dentro de mim e eu vir a falecer por infecção generalizada. Aliás, menstruei com 11 anos. Pensei que a minha vida tinha acabado ali. Nunca mais poderia nadar, dançar ou simplesmente usar calça branca.

Pensava que teria que usar absorvente todos os dias pelo o resto da minha vida. Usei quatro pacotes deles no mesmo dia, lembra mãe? "Sujava" um pouquinho, eu ia lá e trocava e assim foi até o final do quarto pacote, onde minha mãe desconfiou que havia algo errado.

Meu primeiro beijo foi um fiasco. Foi num carnaval, e meus pais estavam no clube bem em cima de um camarote, olhando tudo lá de cima. Putz! Foi como se eles estivessem com a cara no meu beijo, vendo tudo. Por isso foi bem rápido e desapareci depois. Menti para o guri que ia ao banheiro e nunca mais voltei. A propósito, nunca vou esquecer do bafo de cebola do vivente que pelo visto beijou pela primeira vez também. Acho que ele comeu salada de cebola crua antes de ir para o carnaval. Dei azar!

Passei vários sufocos pela falta de informação. Chorei, sofri, queria que meus seios fossem grandes logo de uma vez. Queria saber me maquiar, mas quando tentava fazer isso me sentia uma palhaça pronta para entrar no picadeiro. Inclusive pelo tamanho do nariz.

Sofri horrores com meu primeiro namorado. Quatro meses de um namoro onde eu namorava ele e ele me namorava paralelamente a quinze guriazinhas bobinhas como eu. Detalhe, da mesma turma.

Mas um dia tudo passa. O resto do rosto cresce e a gente vira mulher. Auto-confiante, dona de si e em uma determinada fase aprendemos a dar o troco nos homens. Se não estamos sendo bem tratadas, trocamos de namorado como quem troca de roupa. Começamos a assumir uma identidade de gente adulta e então descobrimos que podemos escolher nosso caminho sem perguntar para ninguém se podemos ou não seguir adiante.

Hoje fiz as pazes com meu nariz. Aprendi a usar absorvente racionalmente e aprendi que a cada aniversário não somos mais quem éramos e podemos melhorar a cada dia. Cada vez mais. Montando através de nossos erros e acertos o quebra cabeça da nossa história onde cada peça é fundamental para o nosso crescimento e amadurecimento.
Somos pedras brutas que ao passar dos anos, sendo lapidadas pelo sofrimento vai revelando uma preciosidade escondida na medida em que vai sendo polida. Da adolescência a "adultecência"... Somos humanos e eternos aprendizes.


Complemento o meu texto com esse outro que li por aí:

"Não passam as dores, também não passam as alegrias. Tudo o que nos fez feliz ou infeliz serve pra montar o quebra-cabeça da nossa vida, um quebra-cabeça de cem mil peças. Aquela noite que você não conseguiu parar de chorar, aquele dia que você ficou caminhando sem saber para onde ir, aquele beijo cinematográfico que você recebeu, aquela visita surpresa que ele lhe fez, o parto do seu filho, a bronca do seu pai, a demissão injusta, o acidente que lhe deixou cicatrizes, tudo isso vai, aos pouquinhos, formando quem você é. Não há nenhuma peça que não se encaixe. Todas são aproveitáveis. Como são muitas, você pode esquecer de algumas, e a isso chamamos de "passou". Não passou. Está lá dentro, meio perdida, mas quando você menos esperar, ela será necessária para você completar o jogo e se enxergar por inteiro"

quinta-feira, 15 de abril de 2010

Odeio Bêbados Inteligentes

Tem coisa pior que uma pessoa totalmente séria o tempo inteiro? Tem. A pessoa que bebe até ficar bêbada e nem assim deixa de ser séria.

Eu que sou uma pessoa extremamente sorridente, (até demais!) fico podre de nojo quando me deparo com alguém que não acha graça nenhuma das minhas piadas. Tá certo que eu não lembro delas na hora de contar, mas estando bêbado, até isso fica engraçado.
Coisa mais chata o tal bêbado intelectual. A gente não tem assunto com ele, até porque ele normalmente nem te deixa falar. Fica lá, conversando sobre o aquecimento global no meio da balada no momento que ela está bombando.

Numa situação dessas o melhor a fazer é tomar um golão de tequila, olhar pra cara da criatura e dizer:
- Muito legal lutar pela causa das baleias francas da Amazônia, separar o lixo para proteger os ornitorrincos na selva do Alaska. Sentar numa pedra de madeira e olhar para o nada enquanto as vacas voam e os passarinhos pastam. Mas agora eu preciso "mijar", cumpadi!
P.S.> Uma mulher que fala "mijar" afasta imediatamente qualquer possibilidade de aproximação. Vamos combinar!

quarta-feira, 14 de abril de 2010

Como não amar?

Não sei porque, mas ultimamente tenho simpatizado muito com o Batman... Acho que sou altamente influenciável.

Mim Renata, da tribo dos Ibucaçaras

Não tive a oportunidade de perguntar para minha avó paterna, pois faleceu antes do meu nascimento, o motivo pelo qual ela deu os nomes para seus filhos. Não me entra na cabeça que uma mãe que leva nove meses esperando um bebezinho, não tenha tempo de decidir um nome que a criança se orgulhe de pronunciar durante toda a vida dela.

Que sacanagem. Minha vó sacaneou legal meu pai e meus tios. Tudo começou com o tio Tabajara e a tia Yara, depois o tio Potiguara. Até aí tudo bem, só que quando chegou a vez do meu pai ela resolveu chutar o balde e colocar o nome dele de Ibucaçara. Pô! Tenha dó! Imaginem quando ela ia mostrar o filho, que aliás era bem bonitinho, e dizia:
- Olhem que amor o Ibucaçara.Ou então:- Ibucaçara, venha já aqui! Ibucaçara,Ibucaçara!

Depois do meu pai, nasceu o tio Caiçara e provavelmente se minha vó tivesse mais uma filha iria nomear de Capivara eu acho. Não. Eles não eram índios e muito menos de origem indígena. Meus avós que “viajaram na maionese” mesmo. E viajaram legal.

Certa vez, morei na rua Curupaiti em Porto Alegre com minha tia Yara. Agora prestem atenção no meu dialógo com um taxista:
- Pois é, sou filha de um Ibucaçara, desço ali na Rua Icaraí, atravesso a Itapitocaí e fico na Curupaiti, na casa da minha tia Yara. Prazer, mim Renata. Da tribo dos Ibucaçaras. Homem branco pode me deixar ali na esquina mesmo.

segunda-feira, 12 de abril de 2010

Drama da aceitação

É difícil assumir ou ignorar algo que nos incomoda. Passamos a vida inteira convivendo com um problema e tentamos disfarçar de alguma forma. Admiro os travestis. Acho que deve ser imensamente difícil assumir seus dramas numa boa encarando uma sociedade hipócrita que se julga muito correta.

Acho melhor eu assumir logo. Estou suando frio. Não sei se devo. Sei que devo me aceitar do jeito que eu sou, mas porque isso é tão difícil? No fim, as pessoas vão acabar me aceitando também. O problema é a aceitação. Eu olho pra mim e fico imaginando como seria se fosse diferente.

Meus amigos de verdade vão se acostumar com a idéia e vão gostar de mim assim. Leva um tempinho, mas minha família vai até gostar, pois vai me ver muito mais feliz sendo uma nova Renata.

Eu penso nas minhas amigas. O que elas vão dizer? Será que elas percebem como eu olho para elas querendo ser igual mas não consigo? Será que elas notam que eu sou diferente? Se ao menos tivesse alguém como eu na turma.

Chega! Eu preciso resolver isso na minha cabeça para depois poder mostrar para todo mundo. Mas é tão difícil. Eu não gosto da transformação que estou vendo.

Pois é caros leitores, é uma barra pesadíssima assumir que se quer colocar silicone na bunda.
P.S.> Era só para dar um suspense ao texto... Eu não vou colocar silicone na bunda ok?

sábado, 10 de abril de 2010

Cantada de pedreiro

Lá está você caminhando pela calçada feliz, lembrando-se daquele homem gostoso do sorriso largo. Enquanto caminha sorri divertindo-se com as lembranças das coisas engraçadas que ele te disse no último encontro. Você está com os hormônios à flor da pele, exala sensualidade por todos os lados. Então, ao passar em frente a uma grande obra escuta coisas do tipo:

- Você é o ovo que faltava na minha marmita!
- Eu beberia o mar se você fosse o sal.
- Eu to "fazeno" campanha de doação de órgãos, quer o meu?
- Essa mulher e mais um saco de bolacha, eu passo um mês...
- Você é sempre assim ou só tá fantasiada de gostosa?
- Ahhhhh se eu pudesse e meu dinheiro desse!
- Aê cremosa... Vou te passar no pão e te comer todinha!
- Você não usa calcinha, usa porta-jóia!
- Suspende as fritas! O filé já chegou!
- Sexo mata, quer morrer feliz?
- Essa sua blusa ficaria ótima toda amassada no chão do meu quarto amanhã de manhã.
Então você percebe que aquela calçada foi interminável e que jamais seria a areia do cimento de qualquer um daqueles homens esdrúxulos e suas cantadas xexelentas e que seu "bofe" gostoso do sorriso largo é um cavalheiro adorável.

Frase do Dia:


sexta-feira, 9 de abril de 2010

Cabelo, Cabeleira, Cabeluda, Escabelada

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É... Foi... Pois é... Cortei... Depois de anos dizendo que queria o cabelo da Patrícia Poeta e após anos passando pelas mãos de cabeleireiros que teimam em picotear meus cabelos eu decidi radicalizar...


Com o cabelão abaixo do seio
surgiu a tesoura no meio
Quando dei por mim estava permitindo
ao ver a tesoura se abrindo
Que meu cabelo fosse cortado bastante
Foi decisão de um instante
E agora fico olhando e pensando
Que talvez em cinco anos
Fique do tamanho de antes...


Mas busco forças nas palavras do meu guru Xirú Missioneiro:

"Tando mais ou meno tá louco de bom
Por que a cosa nunca teve do jeito que tá
Se dá pra ir levando no modo regular
Total, bem bom não vai ficar.

Se ainda semo dono do nosso nariz
Na santa paz de Deus que é nosso criador
Se temo o que comê e um rancho pra morar
Uma cama pra deitar, pra dormir, fazer amor..."

Oigaletêporqueiravéia!

* Fotos By Guilherme Ragagnin (5 anos)

quinta-feira, 8 de abril de 2010

Tia é a irmã da minha mãe

Acho que estou com SDTA – “Síndrome dos Trinta Anos”. Estou notando um excesso de “senhora” e “tia” na minha vida que antes não me chamava tanta atenção.

Antes eram só os chatinhos do telemarketing dos cartões de crédito que me ligavam e falavam:
- Senhora Renata, veja bem, a senhora estará concorrendo a não sei o quê não sei o que lá.
Agora tem “neguinho” da minha idade me chamando de tia cumpadi! “Qualé”? Chego à escolinha do meu filho e é aquele monte de crianças na minha volta:
- Oi tia Renata! Olha é a mãe do Gui, a tia Renata!

Até aí tudo bem... Passa. Mas maiores de 20 anos não né? É de doer.

O cara do gás:
- Senhora Renata, instalo um ou dois botijões?

O pessoal que liga para a Universidade:
- Senhora Renata, podemos marcar uma reunião para hoje à tarde com a senhora?

Até o meu pai:
- Muito bem senhora Renata, ficou de vir aqui esse final de semana e não veio né?

Eu sei que é sinal de respeito, mas sinto-me a dinossaura avó da “Família Dinossauros”. Ainda mais com os óculos de grau que costumo usar. Eu não quero ser chamada de senhora e nem de tia. Estou me deprimindo. Alguém faça alguma coisa! Me chamem de Renata, Renatinha, Rezinha, Rê. Mas Senhora Rê não. Por favor. Pelo menos até eu me acostumar com a idéia de que já sou uma senhora mesmo.

terça-feira, 6 de abril de 2010

Angra dos Reis

Imaginem a cena. Eu e um colega de trabalho no Rio de Janeiro. Contratamos uma agência de viagens para realizar um passeio em Angra por um dia inteiro de barco. A programação incluía o transporte até o barco, depois a volta até o hotel, rodízio de frutas durante o passeio, vários intervalos para mergulho e almoço numa das ilhas.

Saímos tri empolgados. Éramos os únicos brasileiros da van. Os gringos que ali estavam pareciam umas gralhas. Não calavam a boca um só minuto. Tudo era motivo de palmas, até mesmo quando um caminhão se atravessou na frente da van e quase nos matou. Eles acharam o máximo, bateram muitas palmas. Eu fiquei sem entender o porquê, mas tudo bem. Vai ver acharam que aquilo era uma apresentação da agência de como era um acidente de trânsito no Brasil.

Outra coisa engraçada foi o guia apresentar uma plantação de mandioca. Fiquei com um ponto de interrogação na testa. Imaginei de cara: "Bei"! Lá em Caçapava tá cheio de pontos turísticos então, tem até maconha no meio das mandiocas. Muito mais legal.

Chegando ao barco, me senti uma milionária. Tá certo que milionários ficam sozinhos num barco daquele tamanho, mas o “faz-de-conta” é meu e eu imagino o que eu quiser ora bolas. Tinha uma música bem animada, garçons passando com fatias de melancia, fatias de abacaxi, enfim um “chicume” só. Depois eles passavam bebidas extremamente geladas, mas essas a gente tinha que pagar uns R$ 10,00 por uns golinhos e poderia beber tranquilamente. Como estava naquele lugar, com aquele sol e aquele vidão, achei os R$ 10,00 troco diante daquilo tudo que estava vivendo. O tal do valor agregado. Fui bebendo e não tava nem aí.

Paramos para mergulhar, os peixes lindos dos mais variados tipos. Meu colega foi fazer a volta na ilha mergulhando e o barco começou a buzinar para irmos embora. Eu fiquei para trás esperando o vivente que mergulhava calmamente analisando os peixes como se nada estivesse acontecendo. E eu lá, na beira da praia bolando uma forma de buscá-lo antes de o barco partir. Sorte que ele deu uma espiada pra fora d´água e eu fiz gestos de “turista desesperada porque o barco está partindo” e ele se antenou de sair da água.

Outra coisa brabíssima foi explicar que éramos colegas de trabalho num passeio daqueles. No mínimo umas quatro pessoas se ofereceram para tirar fotos nossas juntos porque ficavam com pena de ver um “casal” separado tirando foto um do outro. E a gente passou o tempo todo dizendo:
- Não obrigado! Somos colegas e não somos casados! Somos casados, mas com nossos respectivos cônjuges. E bláblábláblá...

Um cearense malicioso e (não posso deixar de contar) “de sunga vermelha” e com um correntão de prata no pescoço, que se ele caísse no mar morria afogado com o peso daquilo, disse:
- Sei, são colegas de trabalho passeando de barco em Angra no meio da semana. Entendo...

E eu que estava mais preocupada em tomar meu banho de sol em paz respondi:
- Sério! Estamos aqui a trabalho, não tem nada a ver uma coisa com a outra. Como não poderíamos entrar no Congresso hoje, resolvemos passear de barco.

E o maldito cearense da sunga vermelha insistia:
- Teu marido sabe que tu ta aqui?

E eu:
- Sabe! Liguei e debochei da cara dele porque ele está no escritório no mesmo momento que eu estou tomando caipirinha olhando para as ilhas de Angra dos Reis às 15 horas da tarde numa quinta-feira.

E ele:
- Eu se fosse teu marido não deixava

E eu:
- Bom, graças a Deus tu não é meu marido.

Enquanto isso outro casal compadecido daquela cena da qual não escutaram nosso diálogo, aproximou-se e um deles disse:
- Hei, se vocês quiserem eu posso tirar uma foto de vocês.

E eu:
- Não, eu estou sozinha, esse senhor só está aqui conversando comigo e ...

Parei, pensei e concluí que aquela explicação iria longe. Na real ninguém pode ver uma mulher sozinha que acha que ela deve ter um marido obrigatoriamente no barco ou é sapatão ou está disponível e "caçando" homem. E eu lá, só querendo dormir um pouquinho no sol levemente bêbada, sem precisar explicar para ninguém que eu não queria tirar foto acompanhada de ninguém.

Pôxa! Estou a trabalho sem meu marido, me deixem em paz!

Ainda bem que encontrei duas senhoras caindo de bêbadas que eram de Londres, praticamente atirando-se do barco de tanta caipirinha, que tornaram o resto do meu dia extremamente divertido, apesar do meu inglês estar terrivelmente enferrujado. Não quiseram me juntar com ninguém para tirar uma foto, não me perguntaram por que eu estava sozinha e não eram lésbicas, pelo menos até onde eu sei, elas não me cantaram. Mas como eu disse anteriormente, sei lá, meu inglês tá realmente muito enferrujado, de repente fui eu que não entendi. Sabe como é... Mulheres sozinhas num barco... Não sei não.

segunda-feira, 5 de abril de 2010

Rapazinho Robusto

Evilásio estava assistindo TV e tomando muitas cervejas. Na troca de canais deparou-se com um canal de propagandas eróticas:

- O Casal quer ainda mais prazer? Então compre agora esse “rapazinho” robusto pra quem já tem prática em sexo anal. Esse anel peniano acompanha o “amiguinho”. Enquanto seu parceiro encaixa o pênis no anel o “amiguinho” penetra no ânus proporcionando momentos incríveis! Compre agora o Plug Anal Vibrator. Você vai adorar! Ligue agora e tenha orgasmos mágicos!

Não pensou duas vezes, empolgadíssimo com a modelo que vestia uma roupa de odalisca na TV, imaginando uma forma de ter com quem usar já que sua “patroa” não permitiria um “abuso” daqueles, Evilásio fez sua encomenda via telefone, sempre olhando para os lados para ver se não estava sendo observado, mesmo estando sozinho em casa.

Nunca mais se lembrou que havia feito isso.

Um belo dia chega um pacote pelo correio. Muito discreto e intrigante para Evilásio. Ele olhou, olhou e disse para o carteiro:

- Que estranho, o que será esse pacote?

Nesse momento a sogra de Evilásio estava na sala e cutucou:

- Deve ser a bomba que eu mandei para te matar!

Então ele decide abrir o pacote em frente às pessoas que se encontravam no recinto e quando percebeu o que era fechou a caixa rapidamente. Tarde demais! Todos que ali estavam perceberam e começaram a rir.

Evilásio, abriu a porta rapidamente e gritou para o carteiro que já estava meio longe:
- Hei moço! Volte aqui! Essa encomenda não é minha!

O carteiro não ouviu.

Evilásio sentindo-se sem saída, com um sorriso amarelo nos lábios falou:
- Ah! Lembrei! Fui eu mesmo que encomendei para um amigo que quer testar para se animar a fazer colonoscopia. Ele ta precisando fazer e não se anima sabe? Então eu comprei porque senão poderia chegar lá na casa dele e parecer meio chato um pênis robusto de 20 cm chegar pelo correio.

Nisso quando todos no sofá estavam de boca aberta, a sogra deixa cair a chapa.

domingo, 4 de abril de 2010

Domingo de Páscoa

- Oi pessoal, tudo bem? (Você chega querendo dar um “oi” geral para ver se escapa daquela beijação chata em 246 pessoas, mas percebe que é em vão)

- Oi guria, vem aqui dar um beijo no teu tio! (Aquele tio camarada que você não vê há mais de um ano, realmente merece um beijo vai!)

Só que o beijo no seu tio camarada acaba puxando o temido BSCOS (Beijo Seqüencial Chato Obrigatório por Segundo). Você começa beijando o tio e termina muito tempo depois lá na décima segunda namorada do mês que seu sobrinho resolveu apresentar. Nisso as pessoas começam a perguntar sobre seu filho e você constata que ele sumiu e já está gritando longe enturmado com os primos menores e com os filhos dos primos maiores. Uma verdadeira gritaria e poluição sonora num só ambiente.

Em toda família sempre tem aquele marido de tia que senta a bunda no sofá e não levanta para nada. Fica só observando tudo com atenção e tomando cerveja calado. Não quer perder nenhum detalhe para comentar em casa depois algo do tipo: "Como a cunhada engordou ou como os filhos de beltrano estão mal-educados".

Tem também aqueles que sorriem o tempo todo e não estão nem aí pra nada. Ficam hipnotizados com o que tiver passando na televisão e a gritaria do ambiente não o afeta em nada. Existe sempre aquele grupinho polêmico que lá pelas tantas resolve levantar uma questão promovendo um verdadeiro alvoroço na roda de conversa. Quem olha de fora pensa até que estão brigando.

E aqueles primos adolescentes, que não se encaixam nem no quesito criança, nem no quesito adulto e ficam completamente perdidos e num eterno dilema entre ceder à seus instintos e agarrar o playstation II do primo mais novo ou fazer cara de intelectual e participar da conversa chatíssima dos adultos?

Família é tudo igual. Só muda o endereço. Normalmente a vítima dona da casa que abraça um evento desses é a matriarca da família que aparece nessa história nitidamente estressada. Ela até tenta disfarçar, mas está sempre de butuca ligada para ver se não está faltando comida para ninguém. Aliás, vocês perceberam a necessidade que nossas avós têm de enfiar muita comida na gente como se estivéssemos desnutridos e aquele almoço fosse a última refeição de nossas vidas?
Muito bem, essa pequena introdução foi para chegar num ponto em destaque num domingo de páscoa em família. As crianças. Algumas delas resolvem levar a cestinha que o coelhinho deixou para mostrar para os priminhos e além disso os padrinhos costumam levar para o evento mais cestinhas repletas de chocolates. Então aquelas miniaturinhas de seres humanos resolvem se unir para comer chocolates antes mesmo do almoço e quando menos se espera a infecção intestinal está montada.

A festa em família termina no Pronto Socorro da cidade e após o susto começam as discussões sobre quem foi o irresponsável que deixou as crianças comerem tanto chocolate e não fez nada para impedir aquela “catástrofe gastrointestinal”.
Vai um chocolatinho aí ou tu também já encheste a pança de cacau e não aguenta mais nem ouvir falar disso?

sexta-feira, 2 de abril de 2010

Histórias de um Feriadão

Você pega o carro e faz uma geral, manda o mecânico conferir tu-di-nho e programa uma viagenzinha para Gramado com sua namorada. Chega em casa, toma um banho, arruma a mala cantando e dançando com o casaco que você está dobrando. Caminha saltitante pela sala até chegar a porta e olha para o telefone. Decide ligar para a floricultura e enviar flores para a amada que lhe aguarda ansiosa pela surpresa no feriadão. Então você pega o carro e vai até a casa dela e quando estaciona em frente a casa da sua adorada namoradinha tem uma visão do inferno: Sua sogra está com uma mala ao lado dela e sua namorada também. Você tenta fazer de conta que está feliz, mas sente seu estômago esquentar. Nisso, sua namorada tão amada chega com carinha de pidona e diz:

- Amor, a mamãe está louca para fazer compras em Farroupilha. Tem uma feira de malhas por lá que é imperdível! Fiquei com pena dela quando me pediu para ir junto conosco. Além disso, só vai ter nós dois no carro mesmo!

O que fazer nessa hora?

Opção A
Terminar o namoro ali mesmo e tentar achar uma namorada nova para aproveitar o feriadão.
Opção B
Dizer para a namorada que é um passeio à dois e que seu carro não permite uma bunda daquele tamanho no banco de trás.
Opção C
Se a sogra não tem a menor noção em querer ir junto, porque você terá que ter noção de alguma coisa? Você chuta o balde, se descontrola geral estragando todo o feriadão e fica emburrado o feriado inteiro trancado em casa assistindo uma montanha de DVD´s de Guerra. Assim você deixa claro que sua amada nunca mais poderá sonhar em fazer isso novamente.

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Você está sem grana e tem quatro dias para ficar em casa "coçando". Você decide pesquisar as baladas mais baratas da city com bebida grátis até a meia-noite. Acaba no bailão do Tosquedo, bebe pinga pura e agarra uma baranga que mais parece a reencarnação do diabo de tão feia. Leva pra casa e acorda com uma calçola tamanho EE – Extra Enorme - na cara. Você olha para o lado e respira aliviado por não ter ninguém ao seu lado. Nisso a porta do banheiro abre e você escuta um:
- Oi meu lambe-lambe adorável!

O que fazer?

Opção A
Correr para o banheiro, vomitar até as tripas, escovar os dentes com escovão de lavar as costas e desinfetante e colocar a baranga para correr.
Opção B
Correr para o banheiro, vomitar até as tripas, escovar os dentes com escovão de lavar as costas e desinfetante e pedir desculpas para a baranga por não se lembrar de nada para não ferir os sentimentos dela e dizer que isso nunca mais vai se repetir.
Opção C
Correr para o banheiro, vomitar até as tripas, escovar os dentes com escovão de lavar as costas e desinfetante, mentir que é casado e que sua esposa já está pra chegar e rezar com fervor para não ter contraído nenhuma doença venérea, embora esteja tranquilo porque “aquilo” não deve transar com ninguém há mais de cinco anos.

Melhor parar por aqui. Estou empolgadíssima com o meu feriadão e não quero ser protagonista de nenhuma história dessas. Ô mente insana! Isso é inspiração porque sei que vou ficar três dias maravilhosos sem fazer nada. Ou não. Ai,ai,ai.

quinta-feira, 1 de abril de 2010

A verdadeira história sobre o coelho da Páscoa

Era uma vez um lindo coelhinho da páscoa. Ele sempre deixava ovinhos nas cestinhas lá de casa. Certa vez percebi as pegadas dele pelo chão e segui seu rastro. Tudo que encontrei foi uma cestinha repleta de chocolates.

O tempo passou e o coelhinho parou de me visitar. Nunca entendi o motivo. Foi então que descobri o que aconteceu. O coelhinho estava passeando pela floresta saltitante demais, quando de repente “bocabertiou” e virou comida de cachorro. Uma verdadeira lástima. Tstststststs. Desde então eu cresci, tive um filho e sou eu que compro os chocolates para ele e faço de conta que é o coelhinho que é para ele não ficar chocado com essa história.

Para comprovar o que estou dizendo e como eu sou uma mulher que mato a cobra e mostro o pau e a cobra morta (porque mostrar só o pau não adianta, oras) aqui está a foto com essa cena chocante. Tirem as crianças da sala, do quarto, ou seja lá onde for que você coloca o seu computador.