Por diversas vezes pensei em excluir minha página do
facebook. Por diversas vezes me arrependi de ter escrito algo que não devia e
até discuti questões inúteis com gente que acabou me odiando “ad eternum”, mesmo
sabendo que isso repercute significativamente nas rodinhas de conversa por aí. Conquistei
a antipatia de alguns e até mesmo a simpatia de quem não fazia ideia de como eu
era de verdade, fora do estereótipo que se vê caminhando pela rua. Pois uma
coisa é o que se pensa só de ver de longe, outra coisa é conhecer de fato a
pessoa através dos diálogos, dos amigos e das preferências. Aliás, através dele
podemos descobrir até mesmo o nível
intelectual pela quantidade de erros de português que a pessoa apresenta.
Não importa, facebook é o registro do cotidiano de cada um
de nós. E isso é extremamente interessante. Se eu morrer amanhã, por exemplo,
meu filho terá ideia de como era a mãe dele no dia-a-dia e como se comportava
(ou não) com as pessoas. As mancadas, as fotos de momentos especiais, as
indignações de algo que não saiu como o esperado, enfim... Tudo fica registrado
nessa ferramenta fantástica do mundo moderno.
Serve também para chatear, quando nossa solicitação de
amizade é negada e surpreender quando se aceita alguém que sempre te olhou meio
“torto” na rua e no fim demonstra ser teu fã.
Dependendo da lua, aceitamos estranhos que viram amigos ou negamos o
convite daquela pessoa que se conhece, mas que não se tem nenhuma amizade.
Depois bate certo arrependimento, afinal, qual o problema dela ser mais uma
amiga na lista? Lua! Não tem outra explicação.
Então você percebe que um grande percentual nunca entra em
contato com você, só está ali para ficar de “butuca” ligada no que você está
postando sem se manifestar. Ou não, pois ao mesmo tempo você se dá conta que
também não entra na página de ninguém, nem quando estão de aniversário, porque
fica só focada na sua. Então tudo bem vai, deixa o pessoal olhar!
Mas nem tudo dá para compartilhar. Há uma lista de amigos e
conhecidos e há também os que não têm acesso algum a nossa vida fora da
internet. Isso é importante. Quem não é meu amigo, não tem que saber de nada do
que eu ando fazendo na vida. Há quem
deixe sua página aberta ao público, mas eu acho desnecessário, além de perigoso.
Um prato cheio para quem te quer mal. Acho
muito mais interessante deixar as criaturas loucas para saber o que se passa
através daquela página vazia só com o meu nome e não ter como acessar. Os meus
favoritos são os bloqueados que não devem entender nada quando meus amigos
falam comigo e meu diálogo não aparece para eles em lugar algum. Devem achar que estão loucos. Tem aqueles que a gente deixa em “Stand By” e
fica só cuidando decidindo se vai deletar ou não e um belo dia acorda e pronto!
Apaga a criatura da vida para todo o sempre, até que a “saia justa” os coloque
frente a frente novamente e te deixe com cara de “tacho”.
Passei a ver minha página com outros olhos. Não me importo com
a quantidade de arrependimentos e questões que se pudesse daria um “ctrl z”
para desfazer o erro, isso faz parte. Afinal a vida não vem com manual de
instruções. Nós mudamos de opinião constantemente na medida em que as informações
vão surgindo em nossas vidas. Tudo é aprendizado. Inclusive olhando os erros
dos outros e não só os nossos, aliás, dificilmente conseguimos perceber os
nossos.
Não importa se você passou do ponto. Não importa se em algum
dia foi a “bola da vez” nas rodinhas de conversa te chamando de chata pelo
excesso de postagens do mesmo assunto. Não importa se trocou o status de
relacionamento um bilhão de vezes e se esqueceu de apagar as fotos do passado confundindo
todo mundo. O que importa é que o registro da sua vida, caso você morra e não
possa mais apagar, seja de momentos felizes e plenos, com muito mais
alegrias do que tristezas e que deixe muitas saudades a cada vez que alguém for
lembrar de você. Ainda dá tempo, você
pode voltar, olhar para trás e decidir se o seu álbum e
o registro dos seus atos está tornando sua vida algo que realmente vale a pena
de ser vivido. Tudo pode ser consertado.
A vida pode e deve ser sempre bem colorida, divertida e feliz. Sim, descobri que facebook serve pra
isso. Rever a vida, registrar momentos, dar boas risadas e
deixar saudades.