quinta-feira, 21 de outubro de 2010

Mentiras sinceras me interessam

Minha mãe costuma pegar pesado na sinceridade. Cresci ouvindo ela dizer que meu sorriso era idêntico ao da Zezé Mota. Eu, bem faceira sorrindo e pá! Lá vinha o comentário:
- Mas ela é a cara da Zezé Mota, olha só! Ri e fecha os olhinhos... Além de ter um bocão.

Vamos combinar que parecer com a Zezé Mota não é a melhor coisa do mundo, não é mesmo? Pra completar ela elogiava minha vizinha (Gabi) dizendo que ela era a cara da Brooke Shields. Daí sim, meu complexo piorou.

Cada vez que enxergava a Zezé Mota numa novela tentava ficar bem séria para não parecer com ela. Não gostava disso, ponto. Com o tempo minha mãe começou a dizer que eu estava ficando parecida com a Betty Boop. Comecei a gostar da idéia e virei fã da bonequinha. Sexy, delicada, sempre de salto alto...

Maldita a hora que perguntei porque ela me associava a Betty Boop... A resposta veio com a sutileza de um rinoceronte:
- Porque tu tem um cabeção e a perna fina.

Valeu mãe! Também te amo!

P.S.: Me aguardem, existe o livro o sorriso do lagarto. Eu vou lançar o sorriso da Zezé.

terça-feira, 19 de outubro de 2010

Ahãm

A cada dia que passa não sou mais quem era antes. A Renata de alguns meses atrás é completamente diferente da Renata que acordou e olhou para mim no espelho hoje de manhã. Estou me reconstruindo, formando uma nova mãe, uma nova profissional, uma nova mulher...
Não sei explicar, ando sem paciência para gente sem educação. Gente que fura a fila na maior cara de pau, que atira papel no chão. Decidi que não vou mais permitir que pessoas que não me fazem bem permaneçam no meu círculo de convivência e não vou mais socializar com quem não to afim. Achei que isso não fosse possível, mas descobri que sim.
Percebo que muita gente frequenta lugares que não gosta, conversa com quem não suporta e muitas vezes demonstra ser o que não é, somente para contentar os outros e não a si próprio. Cansei daquelas jantinhas com gente falsa, daqueles olhares recheados de hipocrisia, daquelas críticas vazias feitas por pessoas medíocres e imensamente frustradas. Tão bom se sentir livre de gente chata. Viver a vida da maneira que achar melhor.

Alguém se importa com o que se passa dentro de mim? Não. Somente eu. E portanto não preciso fazer cena no palco da vida muito distante do que existe nas coxias. Posso ser protagonista e atuar a cada dia com o roteiro da minha própria biografia. Quem não gostar que não assista.

* P.S.: Adoro esse macaco.

quarta-feira, 13 de outubro de 2010

No horizonte do meu lar







No horizonte do meu lar
O pôr-do-sol mais bonito
Luz que vem do infinito
Fico encantada a admirar
Meu cantinho, meu sossego
Ali está meu aconchego
Pra onde gosto de voltar



Renata Miranda

quinta-feira, 7 de outubro de 2010

E o dente de leite caiu

Meu filhotinho acaba de perder seu primeiro dentinho de leite. Pode parecer algo banal que acontece corriqueiramente na boca de milhares de crianças por aí. Mas não pra mim que encaro isso como uma transição de uma etapa da vida.

Estar com ele nesse momento foi muito importante pra mim, pois tinha medo de como ele reagiria diante do sangue que sai em grande quantidade embora sem dor. Queria estar com ele para tornar aquele momento especial como um ritual de passagem. E consegui. Percebia que as risadas que ele dava era de nervosismo e a maneira como agi no momento fez com que ele percebesse que aquilo era importante acontecer.


Tiramos fotos, mandamos mensagens avisando o acontecido. Brindamos com guaraná. Guardei o dentinho com carinho na minha caixa de jóias para banhar sua base com ouro e colocar na minha gargantilha onde levo um bonequinho que simboliza meu filho. Mãe boba que sou, na agenda anotei: Primeiro dentinho do Gui caiu com seis aninhos no dia seis.


Combinei com ele que o primeiro dentinho seria meu, pedindo desculpas a fada do dente que no próximo irá trocar por um lindo presente, comemorando o momento em que ele amadurece e deixa de ser “aquela criança” que antes não tomava banho sozinha e ainda usava a mamadeira.


Quando olho para os olhinhos dele, sorrindo para o espelho conferindo a “porteirinha” que ficou entre os dentes, percebo que tudo passa muito rápido e sei que daqui uns dias o meu gurizinho estará pedindo a chave do carro.

Assim é a vida. Foi assim com meus pais e agora está sendo comigo. Os ciclos se repetem. A vida segue. O mundo gira. Que bom poder ver poesia nessas pequenas coisas. Que bom poder olhar o cotidiano com olhos de quem sabe amar.
E o dente de leite caiu Mesmo assim o Guilherme sorriu Em meio ao sangue que escorria Um momento, uma alegria Temos que comemorar Registrando o terminar Acaba uma etapa de vida Pra iniciar outra mais colorida Aos olhos de quem sabe amar